04 outubro 2009

dói



Você me dói como farpa quando entra no dedo ou na planta do pé. Você me dói como soco na barriga que deixa sem ar. Você me dói como quando se cai de joelhos no chão. Você me dói como quando se arranca dente.
Você me dói no mais superficial da pele e no mais profundo da alma. Me dói nos braços que esperam abertos o abraço. Me dói na nuca que espera a respiração. Me dói nas mãos vazias que não seguram mais as suas.
Você me dói no beijo não dado. Você me dói nas músicas não dançadas. Você me dói nos filmes não vistos. Você me dói nas cartas não enviadas. Você me dói nos milhões de “eu te amo” vazios, tristes, sozinhos.
Você me dói no lado esquerdo da cama. Você me dói nas fotografias. Você me dói nos jantares. Você me dói no sorriso e no choro.
Você me dói como não devia. Você me dói mais do que eu sabia.



p.s: do the things that you always wanted to without me there to hold you back