19 junho 2015

foda-se


Foda-se a sua intolerância, eu vou amar quem eu quiser. Foda-se o seu deus e a sua crença, eu vou acreditar no que eu quiser. Foda-se a sua igreja, o meu templo sou eu que escolho. Foda-se a sua cor, não é melhor que a minha, que a dele, que a dela, que a de ninguém. Foda-se seus gritos, eu não vou calar. Foda-se o seu caminho, eu decido o meu. Foda-se o seu sexismo, ter um pau ou não, não te faz superior. Foda-se a bíblia, eu leio Caio, Clarice, Pablo, Gabriel... Foda-se com toda essa educação fajuta que te enfiam na cabeça desde que você tem memória. Foda-se com todas as roupas de marca. Foda-se com cada comentário fascista. Foda-se com todos os sermões que você apenas sabe de cor e nem entende. Foda-se com os seus cartazes de ódio. Foda-se com todas as SUAS justiças injustas. Foda-se com o seu sorriso falso. Foda-se com a sua ignorância. Foda-se o seu racismo, a sua homofobia, o seu sexismo, o seu preconceito, o seu ódio, a sua maldade, a sua intolerância, a sua crença. Foda-se. Foda-se.



p.s: oh you bloody mother fucking asshole

25 maio 2015

Existe


Existe em mim hoje um desejo enorme de te levar bem longe daqui. De te mostrar as cores mais lindas dos arco-íris mais lindos. De te mostrar todas as formas das nuvens, e todos os pôr-do-sol laranjas que se vêem lá no horizonte. Existe em mim hoje um desejo de te abraçar forte, de não soltar, de esquentar as tuas mãos com as minhas, de sentir o teu coração perto do meu. Existe em mim hoje um desejo enorme de ouvir a tua voz, de sussurrar ao teu ouvido palavras lindas e te ouvir repetir que sim, que sim, que sim. Existe em mim hoje um desejo enorme de caminhar ao teu lado, rir ao teu lado, sonhar ao teu lado, chorar ao teu lado, seguir ao teu lado, viver ao teu lado... Existe em mim hoje um desejo enorme de ser a tua felicidade e tu ser a minha. Existe em mim hoje um desejo enorme de te encontrar em cada esquina, em cada espaço vazio da casa, em cada lugar do mundo que ainda não fomos. Existe em mim hoje um desejo enorme de ti.



p.s: and all that you give

22 março 2015

dancing


Me mira fijo a los ojos, besa mis labios y sonríe. “Baila” me dice y mueve su cuerpo al ritmo de la música que solo nosotras escuchamos. La luna nos sonreía tímida atrás de algunas nubes esa noche, las pocas estrellas iluminaban la calle. El viento le soplaba los cabellos que parecían bailar también. Aún recuerdo su sombra en el piso y como parecía otra persona bailando con ella. “Baila” me dijo y yo sonreí. Su sonrisa me impactaba, sus ojos me hipnotizaban. Su cuerpo me invitaba a bailar con ella, pero no, no podía perder ni siquiera un segundo de no mirarla. Sabía que su imagen se iría para siempre en cualquier momento, entonces “no, no bailo, no sé bailar” respondí. “Todos saben bailar” me dijo y suavemente me tomó de las manos y me llevó al medio de la calle con ella. Bailamos, sin música, bailamos. Relámpagos. “Y si llueve?” pregunté. “Y si llueve bailamos bajo la lluvia igual”. Y fue lo que hicimos. Llovía, bailábamos al sonido de las gotas chocando contra el piso húmedo. Ella tomaba mis manos, yo las suyas. “Cierra los ojos” me dijo “Siente la música, siente la lluvia, siente el viento, apenas siente”. Y lo hice. Baile bajo la lluvia sintiendo la música, la lluvia, el viento… Y cuando abrí los ojos, ella se había ido, para siempre.



p.s: i´m dancing in the rain… just dancing in the rain

26 janeiro 2015

liberte-se


Seja livre. Liberte-se das cordas e cadeias que prendem você à vida. Solte as rédeas, solte as correias, solte enfim, solte aquilo que você segurou a sua vida inteira sem saber sequer o porquê.

Livre-se de todo mal. Livre-se de todos os maus. Livre-se da falsidade e da loucura, da hipocrisia e da angústia, do medo e do terror, do ódio e do horror. Seja livre agora, não há nada a perder. A vida é simplesmente passageira, nada fica, e tudo transforma.


p.s: i´m wasting my young years, it doesn´t matter

08 dezembro 2014

aqui estamos


Então aqui estamos. Ensaio e erro. As palavras gastas que já não dizem tanto quanto antes. Você pergunta, eu calo. Eu pergunto, você cala. Tentando aproximar mas errando o tempo. Sua mão solta quando a minha quer segurar. Preto e branco. Somente de acordo em desacordar.
Então, aqui continuamos. Frente a frente. Espelho meu tão diferente. Tentando entender que somos isto, tons de cinza. Digo em voz alta meus pensamentos. Você apenas sorri. E não é tão claro decidir assim para onde ir, se ficar ou fugir, deixar ir ou correr atrás. Não é tão fácil entender o que somos agora.
Então, aqui seguiremos. Lado a lado. Um passo meu, caminho seu. Sem dizer nada continuamos. Não há mais esperança para nós. Seguimos enfim, errando o passo, errando o tempo. Desconheço a mão que seguro, surda a palavras que já não fazem mais sentido, muda para dizer aquilo que já não sinto. E não é fácil então agora decidir o que ser ou para onde ir. Eu ainda me encontro nas coisas que pensávamos, mas não me vejo mais no seu pensamento. E não é fácil entender o que somos agora.


p.s: so this is it...

25 agosto 2014

eu sei


Eu sei o que você me disse, eu sei que já acabou, e eu sei que eu não devo continuar ligando, mas cada vez que eu encontro com você eu fico caindo. Eu sei que você me odeia quando você quer brigar, eu sei que você me ama quando se sente só, e eu sei que você só vai ligar quando você precisar, mas cada vez que eu encontro com você eu aceito a condição. Eu sei que você não volta, eu sei que você não quer, e eu sei que se eu insistir só vai afastar mais, mas cada vez que eu encontro com você eu quero mais. Eu sei que se você ficar não vai ser por mim, eu sei que se você ligar não é para mim, e eu sei que não há ninguém no mundo que te faça sentir como eu, mas cada vez que eu encontro com você eu quero ficar. Eu sei que não deveria, mas ainda te espero em cada esquina.



p.s: just every time i run i keep on falling on you

13 agosto 2014

entende



Ninguém entende. Ninguém entende. Você não entende. É isto gosmento, nojento, que gruda em mim. Esta solidão podre, azeda, hedionda que não deixa passar o perfume das flores, a cor do arco-íris, o som das risadas, a vontade... Não, você ainda não entende. Ninguém entende. É esta angústia das horas vazias, dos dias longos, das semanas sem graça, dos meses iguais... Igual, tudo igual, nada muda, nada floresce, nada nasce, nada nada nada... E você ainda não entende, ninguém entende. É esta sensação de não sentir, sensação de não existir, sensação de não residir, sensação de não, simplesmente não. Mas não, você não entende, ninguém entende. A vida segue o seu rumo, o sol ainda aparece todas as manhãs, alguns pássaros ainda cantam, o vento ainda venta, as ondas no mar ainda se levantam e arrebentam na beira da praia onde um dia, um dia, você prometeu promessas irrealizáveis, contou histórias errôneas sobre você, sobre mim. Você não entende, ninguém entende. É algo mais profundo do que se enxerga, bem no fundo fundo fundo d´alma. A alma é o que ninguém vê, aquilo que ninguém entende.



p.s: and despite everything i´m still human 

31 dezembro 2013

2014



Venha, mas venha devagar e mansinho. Nada de vir como um tornado, arrebentando com tudo que encontrar pela frente. Venha, e traga com você o amor que couber, a paz que puder, harmonia sempre é bem vinda também. Venha, e leve embora tudo isto seco, corroído, sujo que ficou para trás. Leve embora e não deixe mais voltar a tristeza, a dor, a fome, agonia... Faça-me matar as saudades que hoje me matam, amar de perto, juntinho, do lado. Venha, e diminua as distâncias físicas e emocionais. Venha doce, venha feliz, venha colorido. Venha, e traz coragem para os que temos pouca. Traz sorrisos, gargalhadas, amigos. Leve embora quem não queira ficar, traz quem quer permanecer. Venha, e deixa aqui as boas lembranças, leva embora o azar. Venha, e venha sim com muita esperança que isso falta, faltou e precisaremos. Venha, e que venha com você a vontade e a , a confiança e carinho. Venha, e seja leve, sem grandes pesos, sem grandes ausências, sem grandes dores. Venha, mas venha com cuidado, alguns corações já foram quebrados e precisam reparo. Venha feito mago, para tirar tudo o ruim assim, como por arte de mágica. Venha, e fique os 365 dias que durar. E que sejam todos eles tranquilos, suaves, leves... Venha, que esperamos aqui um novo tempo, um tempo bom, um tempo melhor. Então venha.



p.s: we go over and over and over and over again

30 dezembro 2013

se eu te amo


Se eu te amo é porque és aquilo que eu sempre procurei. Se eu te amo é porque tu me completas e me "descompletas" completamente. Se eu te amo é porque teus olhos me atraem. Se eu te amo é porque teu corpo encaixa no meu, como peça de quebra-cabeça. Se eu te amo é porque teu riso me faz sorrir. Se eu te amo é porque minhas mãos procuram as tuas para segurar. Se eu te amo é porque tuas pernas se entrelaçam nas minhas como se fosse assim que tem que ser para sempre. Se eu te amo é porque me fazes pensar num futuro. Se eu te amo é porque me fazes ter força para seguir em frente. Se eu te amo é porque contigo ao meu lado planejo uma casa, uma família, um lar. Se eu te amo é porque tua voz me acalma. Se eu te amo é porque és tu com quero ficar hoje, amanhã, depois e depois. Se eu te amo é porque eu te amo, e nada mais importa, só isso.


p.s: and we´ll be us, and there´s no one else

18 dezembro 2013

fio




Sabes? Não quero mais. Eu cansei de inventar desculpas pelas quais chorei. Eu chorei sim, e choro, não sou tão forte assim. E eu chorei desta vez, não por um filme triste, nem por uma foto de um cachorrinho em péssimas condições, nem por um livro emocionante, nem mesmo por lembrar da minha bisavó. Chorei porque encontrei um fio de cabelo teu ainda no meu travesseiro.  E fiquei lembrando de ti, e da saudade, e do tempo que faz desde a última vez que a gente se viu. Fiquei lembrando do teu cabelo bagunçado nas manhãs. Lembrei do teu riso e do teu rosto quando dormes. Sabes? Eu passei algumas noites em claro só velando teu sono. Acho que nem sabes que contei as pintas nas tuas costas e ombros, nem sabes que sei de cor cada cicatriz do teu corpo.  Então, como ia dizendo, encontrei um fio de cabelo teu no meu travesseiro. E chorei. Só por isso chorei. Pensei em ti. Pensei no que poderias estar fazendo. Pensei no que poderias pensar. Pensei com quem poderias estar. E de repente, minha garganta fechou, como faz tempo não o fazia, e o peito apertou, como faz muito tempo não acontecia. E começaram devagar a escorrer lágrimas pelo meu rosto. Lágrimas salgadas, lágrimas de saudade, de amor. E fui ficando assim, toda encolhida, deitada na cama, minha cabeça deitada no travesseiro onde ainda se encontrava o fio do teu cabelo. E chorando lembrei que eu tinha prometido a mim mesma nunca mais chorar por ninguém. Como é fácil quebrar promessas! Fiquei ali deitada, encolhida na cama e a cabeça no travesseiro, olhando a única coisa tua que ficou comigo durante um tempo. Talvez foram dias, meses, minutos ou segundos, não sei, às vezes quando fico pensando em ti, perco o sentido do tempo. Não sei nem mesmo quanto tempo se passou desde a última vez que a gente se viu. Foram meses? Anos? Semanas? Dias? Horas? O tempo simplesmente passa e vai levando cada vez mais a tua presença da minha vida. E este fio de cabelo teu que ainda se encontrava no meu travesseiro me fez pensar na saudade, no amor, na solidão. Quanto tempo se passou? A verdade é que agora não sei nem sequer se o fio de cabelo é teu, se a saudade é tua, se o amor......




p.s: your hair upon the pillow like a sleepy golden storm