24 dezembro 2009

as cartas de natal



Querido amigo,

Faz tempo que não nos vemos nem conversamos. Sinto a tua falta. Teu sorriso sempre inundava o nosso silêncio e era tão bom, tão bom...!
Das novidades tenho poucas. Este ano foi difícil, muito difícil. Perdemos tantos no caminho. A tristeza os levou, a todos. Mas aqui continuamos, firmes e fortes. Me mudei, sabias? Estou vivendo longe desta loucura toda daqui. Longe da fumaça, das buzonas de carros, longe das ruas quentes e lotadas de pessoas frias, vazias... Estou vivendo longe. E sozinha. E continuo na busca da felicidade. E tu? A achaste?

Penso muito no tempo que perdemos, sabes? Tão separados um do outro. Sinto falta das tuas melodias, e do abraço de urso que ganhava quando me vias. Hoje passei perto da tua casa antiga e sorri ao lembrar de ti. É assim que te tenho em mim. Com sorrisos, sempre.

Então, hoje que é Natal, só posso te desejar o melhor. Meu carinho por ti continua o mesmo, apesar do tempo. E que este ano que começa daqui a pouco, novinho em folha, seja melhor que os que passaram.

Te abraço assim, à distância.

Fica bem pois te quero bem.


Annita




p.s: feliz natal.

15 dezembro 2009



Queria roubar você para mim. Nem que seja só um pedaço. Talvez o seu cheiro, o seu perfume. Queria roubar sua pele macia, a pele macia que arrepiava. Isso, queria roubar a sua pele arrepiada pelo carinho, não pelo frio. Queria roubar a sua voz quando cantava baixinho no meu ouvido. Eu devia ter roubado as músicas que você tocava no violão. Queria ter roubado o seu carinho quando eu adoecia. Hoje doente estou aqui, e nada do seu carinho. Devia ter roubado os seus cílios quando faziam cócegas no meu pescoço. E o seu sorriso. Devia ter roubado o seu sorriso quando soube que seria o último para mim. Eu queria ter roubado as suas pernas quando elas entrelaçavam nas minhas. Queria ter roubado o seu gemido quando o amor era demais que parecia explodir. Eu devia ter roubado o seu furinho no queixo que tanto gostava de beijar. Eu devia ter roubado mais um beijo seu, se soubesse que aquele seria o último. Queria roubar também o seu abraço. Queria roubar as noites frias embaixo do cobertor e aquele chocolate quente que você trazia para a cama. Eu devia ter roubado todos os filmes que vimos e todos os outros que deixamos de ver. Queria ter roubado a sua cintura para poder segurar quando quero dançar assim, devagar. Devia ter roubado as suas caretas e palhaçadas para quando eu precisasse sorrir. E devia ter roubado aquela viagem a Paraty. Queria ter roubado o seu cabelo para achar alguns no travesseiro e rir ao lembrar-me de você falando que se continuar assim ia ficar careca algum dia. Queria ter roubado as suas palavras, cada letra que você suavemente falava quando dizia que me amava. Eu devia ter roubado todos os "eu te amo" que você me disse, devia tê-los colocado numa garrafa e quando precisasse (como hoje) soltaria um por um para me sentir assim amada como me sentia com você. Eu queria ter roubado mais algumas horas do seu lado. Alguns dias, meses, anos. Queria ter roubado só um pedacinho de você para mim. Devia ter roubado você para mim.



p.s: i hope tonight you will touch my hair and draw ghosts on my back

06 dezembro 2009

Para Yasmin



Me dá a sua mão. Eu seguro a sua.
O caminho é todo nosso. A vida também.
Eu estou aqui, e você?
Segura a minha mão que eu seguro a sua.
Pula comigo neste precipício que é viver?
Não vale desistir agora. Não vale desistir.
A vida é agora.
Promete que não soltarás a minha mão.
Eu prometo que não solto a sua.
Tudo que precisamos fazer é continuar caminhando.
Eu estou ao seu lado.
Então, vamos.



p.s: keep breathing