14 junho 2009

Levemente



Um bom vinho. O vento de junho entrando pela janela aberta da sala do apartamento perto do mar. Era meia noite? Ou um pouco antes, ou um pouco depois. A música. As vozes cantando juntas, entoando melodias que eram conhecidas ou não. As guitarras, o baixo, e o violoncelo. Ah! O violoncelo...
Sorrisos, risos, carinhos. Mais vinho, quem quer? O maço do cigarro quase acabando, quem vai comprar mais? Me empresta o seu isqueiro? O cheiro da maconha se misturando com o cheiro do incenso se misturando com o cheiro do vinho se misturando com o cheiro dos perfumes se misturando com o cheiro da cerveja se misturando com o cheiro da maresia se misturando com o cheiro da quase chuva se misturando com o cheiro da comida se misturando com a música que tocavam e cantavam harmoniosamente naquela noite de junho.
Mais vinho, mais cigarro. Me empresta de novo o seu isqueiro? Sua mão tocou na minha, foi de propósito? E você sorriu, e desta vez foi para mim. E o vento gelado continuava entrando pela janela aberta da sala do apartamento perto do mar. E a música continuava sendo tocada, cantada. E os cheiros ainda se misturavam. E a noite ainda estava começando. E tudo isso envolve, sabe? Tudo isso envolve mais do que você pode imaginar. E eu sei. Naquela noite de junho, acompanha de um bom vinho, de gargalhadas e sorrisos meio tímidos, e melodias de violoncelo, e cheiros, e cigarros, e pessoas, eu fui feliz.


P.S: Pic by Jô Corrêa.

3 comentários:

Ana Pérola Veloso disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Pérola Veloso disse...

E tuas mãos, pontas dos dedos não se entranhava nos cabelos da dona das mãos que tocaste a tua?

PS: aiai “naquela noite de junho”. no meu caso é: a primeira noite de junho. - aí que começou eu e Maria! =)

tay. disse...

o título do teu blogue me faz chorar.