03 fevereiro 2013

A vida pode (e vai) mudar tanto, meu amor, que dá até medo.




Começa por tirar os sapatos. Pisar na grama molhada da chuva fina e fresquinha numa noite de verão. Continua por fechar os olhos. Sentir o vento e a chuva bater no rosto. As lágrimas se misturando com a chuva, já não são mais lágrimas. Depois abre os braços. Deitar no chão de braços abertos sentindo cada pedaço do corpo encostando-se à grama molhada e a chuva tocando cada centímetro de ser. Ser vivo, ser emotivo, ser. Agora respira fundo. O ar entrando pelo nariz, passando pela traquéia, enchendo pulmões, enchendo de vida isto chamado de corpo que se sentia morto há tanto, tanto tempo. Pensa, sente, vibra. Há vida, há vida, há vida...



p.s: I can't feel my hand any more... It's alright, sleep tight


2 comentários:

Lorena. disse...

Nossa, isso é tão "As ondas" da Woolf! Não sei se você já o leu, senão lhe recomendo, é leve, lindo, de uma sensibilidade sem tamanho.

Kaido disse...

Fazia tempo que você não postava... gostei do post mas resolvi comentar nesse aqui que é uma ginástica linda...